Sem categoria

Conferencistas problematizam transformações do ensino superior

Por Pedro Arcanjo, 14 de maio de 2015.

Realizado nesta terça, 12, o Seminário Internacional “Repensando a universidade comparativamente: perplexidades, políticas e paradoxos“, trouxe à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em Brasília, especialistas nacionais e internacionais com objetivo de debater os desafios e transformações da universidade por meio da análise de experiências em diversos países.

1352015-educacao-comparada-3440
Para a organização do evento, o seminário converge em um momento crucial da história da educação no Brasil (Foto: Haydée Vieira – CCS/Capes)

O evento foi estruturado em dois painéis com conferencistas internacionais. Robert Cowen, do Instituto de Educação de Londres, participou do Painel “Pós-modernidade? Repensando a universidade comparativamente”, e Andreas Kazamias, da University of Wisconsin Madison, participou da mesa “Redefinindo a universidade: qualidade e ranking internacional”.

Para a organização do evento, o seminário converge em um momento crucial da história da educação no Brasil em termos da reflexão sobre a conceptualização da universidade e seu impacto no desenvolvimento e produção da pesquisa, bem como da sua inserção no plano internacional.

1352015-educacao-comparada-3430
Segundo o pesquisador Robert Cowen, o processo da educação comparada se dá em três etapas: transferência, tradução e transformação (Foto: Haydée Vieira – CCS/Capes)

Painel 1
“Educação comparada não é apenas enumerar semelhanças e diferenças. Tampouco olhar ao redor do mundo e tentar pegar um pouco emprestado. Trata-se de algo mais complexo, que se inicia na tentativa de transferência de conceitos educacionais de um lugar para o outro”, assim definiu o pesquisador do Instituto de Educação de Londres, Robert Cowen.

De acordo com o pesquisador, o processo da educação comparada se dá em três etapas: transferência, tradução e transformação. Como exemplo, lembrou da forte presença francesa na Universidade de São Paulo (USP) no começo do século XX e a transformação subsequente das décadas seguintes.

Para traçar um quadro atual do ensino universitário no mundo, o professor inglês realizou primeiramente uma genealogia e recuperação histórica das mais importantes universidades modernas, que segundo ele definiram os parâmetros contemporâneos das instituições e que foram laboratórios para a democracia moderna.

Sobre o quadro atual, Cowen é bastante crítico do papel das universidades na nova sociedade do conhecimento. “Agora, as universidades competem num mercado global. São ranqueadas e recebem classificações como ‘World Class University’, um conceito na verdade criado pelo Banco Mundial”, lembrou.

“O que temos na realidade é uma diminuição da autonomia universitária. A governança é realizada cada vez menos por professores, já que a ênfase está em liderança e gerentes com uma consequente mudança na força de trabalho: a carreira de gestão específica recebe mais e há uma nova classe de trabalhadores de pesquisa, com contratos curtos e condições precárias. É a nossa versão contemporânea do colonialismo inglês do século XIX”, descreveu Cowen sobre as características do novo arranjo de forças do ensino superior.

1352015-educacao-comparada-3577
O encontro teve o objetivo de debater os desafios e transformações da universidade por meio da análise de experiências em diversos países (Foto: Haydée Vieira – CCS/Capes)

O atual período é chamado pelo pesquisador inglês de capitalismo acadêmico. “Não temos uma universidade pós-moderna, o que temos é uma universidade da modernidade tardia, afastada do trabalho intelectual e cultural para a tarefa de produzir conhecimento útil para a esfera econômica. O que é uma perigosa visão de curto prazo”, afirmou.

O discurso marcado por qualidade como números e escores tem limitações, explica o professor. “O perigo de entender qualidade como apenas o que pode ser medido é que por extensão, o que não pode ser medido, é visto como sem qualidade. A educação tem sido vista cada vez mais como habilidade (skill em inglês), e não é a mesma coisa. Estamos em perigo de perder outros conhecimentos da universidade?”, questionou Cowen.

Responsável pela interlocução a partir da perspectiva brasileira, o professor Luiz Bevilácqua, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aponta diferenças com o sistema nacional. “No Brasil tem sido feito um grande esforço para criarmos um novo conceito de universidade, com mais liberdade de escolha e autonomia. E é fato que como cientistas temos mais liberdades nas nossas escolhas, um caminho menos imposto pelas fontes de financiamento, inclusive militar”, ressaltou.

1352015-educacao-comparada-3585
Cowen é bastante crítico do papel das universidades na nova sociedade do conhecimento (Foto: Haydée Vieira – CCS/Capes)

Bevilacqua defendeu a primazia da qualidade na avaliação da produção científica. “A avaliação é feita por nós mesmos [comunidade científica] e acabamos caindo presos em sistemas que nós mesmos criamos. Uma pesquisa de ponta, mas com poucas referências dificilmente é aceita para publicação. É preciso que se considere o que é avanço científico e o que é mais uma pedrinha na pirâmide do conhecimento. São coisas diferentes, a qualidade não pode ser superada”, afirmou.

Para o professor, a melhor maneira para o desenvolvimento da educação é o diálogo interuniversitário. “Acredito que devemos nos preocupar menos em atender as demandas do mercado e nos voltar mais ao que é humano, quem somos nós, uma pergunta socrática, mas que deveria ser recuperada e repassada a todos os estudantes das universidades”.

O pesquisador brasileiro também fez críticas à estrutura disciplinar dos programas brasileiros. “Os cursos de graduação ainda são totalmente disciplinares. Sessenta anos depois e ainda temos as mesmas disciplinas da minha formação. O que aprendi não foi ruim, mas precisa ser reorganizado. Há necessidade de um diálogo internacional sobre o assunto”, concluiu Bevilácqua, criador da área interdisciplinar da Capes

O professor da Universidade de Brasília (UnB) Marcos Formiga contextualizou o debate para a realidade brasileira. O pesquisador realizou uma recuperação histórica dos Planos Nacionais de Educação e suas metas para a educação superior. Apresentou politicas recentes da reforma universitária brasileira, como Prouni, programas de cotas raciais e o Ciência sem Fronteiras.

Formiga apontou o que acredita serem soluções para o futuro das universidades. “É preciso investir em qualidade de gestão. O problema da gestão universitária é maior que a falta de recursos. Precisamos também realizar reforma educacional radical, da pré-escola à pós-graduação. Frear o crescimento desordenado, desburocratizar e evitar o cipoal legislativo: a educação brasileira conta hoje com 80 mil leis [federais, estaduais e municipais]. Além disso, buscar sempre a internacionalização da ciência, da tecnologia e da inovação.

Painel 2
O segundo painel do Seminário, com conferência do professor grego Andreas Kazamias, da University of Wisconsin, também realizou fortes críticas ao panorama universitário atual.

A partir de uma reflexão sobre as relações entre realidade e virtualidade no mundo contemporâneo, Kazamias articulou uma crítica ao neoliberalismo como discurso hegemônico. “O admirável mundo novo da globalização é o mundo da erosão do domínio publico e da cidadania democrática. O mundo do individualismo possessivo. Nele a educação é predominantemente um treinamento e a ênfase está simplesmente em conhecimento tecnocientífico, em competências mais instrumentais e não no desenvolvimento da alma”, definiu.

1352015-educacao-comparada-3558
O professor Kazamias defende o que chama de epistemologia estética (Foto: Haydée Vieira – CCS/Capes)

O pesquisador grego, renomado pelos estudos de Educação Comparada desde os anos 70, condenou a visão do conhecimento como uma mercadoria ou serviço. “As universidades estão comercializadas e politizadas, uma espécie de fábrica do conhecimento interessada apenas no mercado de trabalho, não em criar sabedoria. O empobrecimento das ciências humanas é sintoma de algo maior, a crise contemporânea não é meramente econômica, mas cultural”.

Para Kazamias a solução está na reinvenção. “Nós precisamos de um novo tipo de conhecimento, educação e pedagogia. Construir um tipo diferente de conhecimento. As humanidades e as artes são maneiras diferentes de pensar. Vamos nos focar não apenas em desenvolver habilidades cognitivas, que são qualidades importantes, mas cultivar a alma humana”.

O professor defende o que chama de epistemologia estética. “Subestimamos a capacidade de aprender a partir da ficção, da arte, da música. Esses são todos caminhos interessantes para aprender. Educação não é apenas do intelecto, mas do coração”, concluiu.

A professora da UnB Wivian Welle aproveitou o painel para apresentar os dados de duas pesquisas que realizaram um estudo comparado sobre a juventude universitária brasileira e chinesa. “A maioria dos estudantes de cursos mais disputados ainda são os provenientes de escolas particulares. Um grande desafio é promover concomitantemente internacionalização e justiça social”, afirmou. Conheça a pesquisa Geração sem Fronteiras.

Sobre o tema, o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Renato Hyuda Pedrosa defendeu a diversidade do sistema de ensino superior como uma maneira de alcançar maior abrangência.

“Os sistemas mais abrangente são os que tem mais diversidade. Um país desenvolvido como a Itália não terá um número muito diferente do Brasil em porcentagem da população com nível superior. A situação é muito diferente no Canadá, EUA ou mesmo na Coréia, em que há uma variedade grande de tipos de instituição de ensino superior”, lembrou.

O professor citou o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) como caminhos para pensar formas de organização para a educação superior.

1352015-educacao-comparada-3348
O seminário aconteceu na sede da Capes, em Brasília (Foto: Haydée Vieira – CCS/Capes)

“A Embraer, um dos frutos do ITA recolhe à Receita Federal em um ano o equivalente a 20 anos dos custos do ITA. O IMPA é única instituição que possui um brasileiro com Medalha Fields (Artur Ávila). Uma das razões para isso talvez seja a liberdade e autonomia que o instituto tem por atuar na modalidade de organização social. Isso permite ao IMPA participar da competição de ponta na produção da ciência mundial. O ensino superior tem muitos modelos possíveis e acredito que temos que estar dispostos a pensar em alternativas”, concluiu.

Fonte: http://www.capes.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/7525-conferencistas-estrangeiros-problematizam-transformacoes-do-ensino-superior

Confira como foi a abertura do Seminário. Acesse o site do evento.

(Pedro Arcanjo

Sem categoria

O dia depois do fracasso

por João Paulo Bittencourt

FracassoQuantas vezes o dia nos amanheceu cinza, com a malfadada esperança de que tudo fosse um sonho?

O dia depois de uma derrota, de uma perda ou de uma grande decepção é de um gosto horrível. É nele que ‘a ficha cai’, que se sente o peso do ocorrido. Não queremos falar do fato, mas tudo remete a ele. A sensação é de uma ressaca misturada a falta de energia.

E não falo apenas das grandes perdas… Quem nunca teve um dia de amargor? A vitória esperada que não veio, a decepção que fez perder as esperanças, a meta não alcançada, a demissão sem prévio aviso, o diagnóstico médico desfavorável.

Lembro-me os relances do dia após uma de minhas primeiras perdas, a morte de minha avó Isabel Anna. Lembro que as pessoas mais consternadas pouco tinham a falar, da dor de meu pai, do olhar perdido… Também lembro da ultrajante divisão das coisas, mal tinha sido enterrado o corpo. Meu pai, para meu orgulho profundo, não queria saber de nada material, mas tinha seu sentimento profanado por quem estava preocupado em saber com quem ficaria um determinado objeto que, sem a dona Belinha, já não possuía valor algum. Vi ali o caráter e o sentimento de meu pai.

Para mim, é no dia depois da derrota que nos vemos como realmente somos. É neste momento que vemos o que de fato nos importa, que se forjam os verdadeiros amigos, que vemos a nossa força. Também é o momento em que o medo, as fraquezas, a solidão e a desesperança batem à porta. Quem somos, por baixo de toda a aparência, emerge no dia depois da derrota.

Para quem está de fora, importa entender que cada um tem um filtro pessoal para cada situação, que pequenas coisas para mim podem ser desafios intransponíveis para o outro. Compreender que cada pessoa tem uma hierarquia de importância e uma percepção de realidade é um passo importante para a empatia. De nada adianta mostrar que o outro não está na pior situação, que há gente em pior estado ou dar os ‘sábios’ conselhos que sempre trazemos na algibeira. Neste momento, na intenção de apoiar, precisamos ouvir, oferecer a mão sem julgamentos. Compreender a dor do outro com os olhos, com o corpo e com a mente.

De nada adianta tentar convencer a não chorar, a não ficar triste, pois não é assim que funciona. Há momento para tudo nesta vida, inclusive para o choro e a tristeza.

Falo isso porque o ano de 2014, embora as redes sociais sugiram que foi grande e genial, também foi árduo e desafiador para muitos de meus amigos. Que haja força e energia para superar os dias após as pequenas e as grandes derrotas. Que estejamos preparados emocionalmente, fisicamente e espiritualmente para o ano de 2015.

Que tenhamos sabedoria para ser gratos, que haja longanimidade para vencer o dia depois do fracasso, que tenhamos afetos genuínos que nos estendam a mão. Que julguemos menos e que vivamos o undécimo mandamento do amor. Feliz 2015!

Sem categoria

O brasileiro e o chororô

‘Te ensinei que o importante é competir, mas te mato de pancada se você não ganhar’. Essa relevante contribuição do cancioneiro popular eternizada nas mentes das crianças nos anos 1990 nos traz um pouco da forma como lidamos com a derrota aqui nas terras tupiniquins.
Embora a música do irreverente grupo ‘Mamonas Assassinas’ tivesse seu tom de mofa, nunca esteve tão atual. Nessas eleições tivemos todo tipo de choro de bebês que, quando contrariados, xingam, gritam e esperneiam. A Veja denunciou? Ela é horrível pai, fecha ela!!! Mãe, posso vandalizar a porta dela?
O PT vai se reeleger? Vamos afundar na ditadura comunista. Vou-me embora para Pasárgada!
Vimos celebridades políticas que eram consideradas demônios da privatização, como o célebre Bresser-Pereira, serem considerados gênios ao declararem seu voto em Dilma. Joaquim Barbosa, o injusto perseguidor de militantes foi compartilhado mais de mil vezes ao relatar que votou em Lula e não se arrependeu. Um panfleto aqui em São Bernardo do Campo garantia que Aécio batia na mulher, cheirava cocaína e eliminaria o bolsa-família.
Agora é a vez de quem perdeu levantar ofensivos coros e as mais mirabolantes ideias. Muitas injustas e infantis, outras até xenófobas e criminosas. No fundo, precisamos amadurecer e encarar as coisas como elas são: é normal ganhar e é normal perder. Toda perspectiva pode ter mais de um lado.
Uma vez, o professor de Administração Pública que tive no mestrado, o genial Francisco Heidemann, considerou enquanto defendíamos apaixonadamente algumas ideias sobre democracia: “Vocês precisam compreender que um ponto de vista é apenas a vista de um ponto. E essa compreensão às vezes só vem com cabelos brancos”. Que sabedoria havia naquela frase. E como é difícil assimilá-la ao nosso cotidiano.
Aécio e Dilma não são anjos e tampouco demônios. Petralhas e Psdbestas, Norte e Sul, Pobres e Ricos são divisões toscas e incoerentes de quem tem preguiça de pensar. Este é um momento de união, de sabedoria e de diálogo honesto. Temos um país dividido, afundado em gastos públicos e em corrupção. Precisamos assumir os erros e corrigi-los. Esse comportamento infantil apenas nos atrasa e prejudica.

* João Paulo Bittencourt

Educação, Família

O pacote de arroz que levava meus sonhos

 

Apontei o lápis com o estilete feito com lâmina de apontador e tubo de caneta Bic. Revisei as tarefas e estudei a tabuada. Coloquei cuidadosamente num pacote de arroz vazio. Ali estavam a minha esperança e meus sonhos.

121452_1_DTambém estava o símbolo de uma das poucas coisas que eu sabia fazer bem: estudar. Lento no futebol, sem aptidão para o serviço na roça, um pouco desengonçado e medroso para montar os animais que meu pai adestrava. Por muitas vezes, minha fonte de autoestima teve sua base na leitura e nos estudos.

Vivíamos em outra época: lembro quando a energia elétrica chegou à nossa residência e a festa que fizemos em poder ler até mais tarde. Até então, tínhamos que ler cuidando das velas, com receio de que iniciássemos um incêndio. Não sabíamos, mas financeiramente éramos muito pobres. Meus brinquedos foram pedaços de madeira e resíduos como galões, canetas velhas e latas de azeite.

E foi nessa época que minha cabeça virou campo de batalha para os mais variados autores: lia desde as novelas românticas denominadas ‘Júlia’ e ‘Sabrina’, até os disputados livros da série Vaga-Lume. Não tardou para encontrar o Mundo de Sofia e os tantos mundos de Machado de Assis e José de Alencar.

Nesses tempos, ir para a escola era a oportunidade de ser bom em algo, de receber desafios com os quais eu podia lidar, de ser suficiente.

O pacote de arroz com o caderno, lápis e borracha era a pasta de um futuro juiz de direito. Por muitas vezes sonhei acordado enquanto andava naquela estrada de poeira que levava até nossa escolinha multisseriada. Em meus devaneios, julgava casos difíceis e defendia oprimidos, encontrava culpados e era um bastião da justiça. Essa era a minha esperança e o mundo que eu queria. Tão longe e tão perto, tão distante e tão real.

 

* João Paulo Bittencourt é doutorando em Administração na FEA/USP, consultor em Desenvolvimento de Lideranças, pesquisador de Arquiteturas Pedagógicas Inovadoras e ainda tem um pacote vazio de arroz e muitos outros sonhos.

Sem categoria

A primeira vez que senti o gosto de ensinar

Numa escolinha multisseriada da comunidade do Boiadeiro (Vargem, interior de Campos Novos, meio oeste catarinense), num passado quase distante, senti pela primeira vez o gosto de ensinar.

Inseparáveis amigos, eu e Jackes éramos como água e óleo: ele o melhor jogador de futebol, melhor na luta, na corrida, o cara mais legal da escola. Eu sabia ler muito bem, fera nas quatro operações (guardadas as devidas proporções) e era um chato.1376343_10201587399040529_102256312_n

Ele era dois anos mais velho, mas não conseguia ler e tinha muitas dificuldades em matemática, apesar dos esforços da professora. Acabou que o alcancei na primeira série e acabei virando seu ‘coach’, sem técnicas, mas com muito esforço. Era coisa linda de ser ver quando ele começou a ler. Eu, que nada sabia da vida ou de educação, vi pela primeira vez a alegria de alguém que aprende algo que antes julgava impossível.

Sem categoria

Dia dos professores

E então, com muito medo, entrei na sala. Atrasado, desesperado, meu primeiro dia de aula na ‘cidade’. Viera de uma escola do interior, multisseriada, onde todos cuidávamos um do outro. Mas o ginásio seria diferente, coisa de gente grande, boatos de que quem não copiasse a matéria rapidamente, a professora apagaria o quadro. Se você não conseguir? Azar o seu! E, do alto dos meus onze anos incompletos (como eu fazia questão de ressaltar), essa pressão estava me matando. Para piorar, o ônibus atrasara…
Entrei na sala e uma professora linda lecionava. O maldito quadro negro cheio de letras combinadas. Já sentado, puxei meu caderno e comecei a escrever rapidamente, quando a professora se aproximou do quadro com o apagador na mão. Não sei se foi a minha cara de angústia, o jeito atrapalhado de entrar na sala batendo em todo mundo, o olhar desesperado ou apenas a sensibilidade dela, mas ela parou. Veio até mim e perguntou se eu tinha copiado. Eu fiz que não com a cabeça. Ela disse: eu te espero, o ônibus atrasou né?
Ela não sabia da vergonha que eu tinha por minhas mãos serem muito trêmulas e eu ter, na época, que escrever apoiando com a outra mão, demorando além do normal. Não sabia também dos meus medos e do quanto eu achava que a educação era a esperança de melhorar nossa vida.
Mas ela soube ser uma educadora. Tratou-me com gentileza, acompanhou e foi uma inspiração todos os dias em que estive naquele colégio. Cobrava sempre, era enérgica, mas justa e empática.
E é lembrando dela que eu parabenizo todos os educadores que passaram pela minha história. É pensando em vocês que eu tento aprender mais a cada dia. Parabéns!

PS: O nome da professora é Adriana De Souza e ela lecionou disciplinas de Ciências e Matemática nos meus anos de ginásio, que iniciaram em 1995.

Sem categoria

Conversa entre Richard Branson e Mark Thompson

Fonte: Portal HSM

05/10/2012 – Bate-papo mostra um pouco mais sobre o fundador do Virgin Group, apontado como o modelo ideal de gestor e líder empresarial do século 21.

A edição 94 da revista HSM Management traz uma entrevista exclusiva com sir Richard Branson, fundador do Virgin Group, composto por 350 empresas que exibem a marca, e cada vez mais considerado o modelo ideal de gestor e líder empresarial do século 21. Características como o fato de ser dono de um coração imenso e acreditar que precisa agir com fúria na hora de defender as pessoas e de tomar decisões difíceis o alçaram a essa posição.

Continue lendo “Conversa entre Richard Branson e Mark Thompson”

Sem categoria

Manifesto pela Educação completa 80 anos – ainda atual

20/06/2012 – Documento, de 1932, pede escola obrigatória, laica, gratuita e sem discriminação.

Carolina Benevides

O educador Anísio Teixeira foi um dos signatários do manifesto, que tinha propostas claras para educação.

RIO – Faz 80 anos que um grupo de notáveis, entre eles Cecília Meireles, Anísio Teixeira, Lourenço Filho e Fernando de Azevedo, publicou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Ousado para a época — 1932 —, o manifesto tinha […]

Continue lendo “Manifesto pela Educação completa 80 anos – ainda atual”

Sem categoria

Matemática pode baixar nota brasileira no PISA 2012

15/06/2012 – Durante o mês de maio, mais de 400 mil alunos de 15 e 16 anos de escolas públicas e privadas de mais de 60 países participaram da quarta edição do Programme for International Student Assesment (Pisa), o principal termômetro para medir a qualidade da educação no mundo. Organizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a prova brasileira foi feita por 25.712 estudantes de 902 escolas espalhadas por 574 cidades em todos os Estados, que foram avaliados em leitura, matemática e ciências.

Embora seja um dos […]

Continue lendo “Matemática pode baixar nota brasileira no PISA 2012”